A tarefa da semana é assistir ao filme "Schooling the
World" e escrever um comentário sobre o que o filme mobiliza em
você. Na mesma postagem, discorra também sobre que conexões você estabelece com
as suas vivências e discussões proporcionadas pelo Pibid-Inglês da UFS. No link
abaixo você encontrará o trailer e o filme completo com legenda em inglês.
Sugerimos que você veja o trailer primeiro; em seguida o filme, e só então
escreva seu post. Não esqueça de deixar seus comentários quanto às postagens
dos demais Pibidianos.
"Schooling the world"
Trailer e filme completo em inglês em:
Bolsista: Natan Marques dos Santos
ResponderExcluirO filme mostra o extrapolante etnocentrismo europeu e americano contra as outras culturas. Isso nos faz voltar ao tempo para lembrarmos o Iluminismo, que afirmava que os europeus eram "civilizados" e que deveriam "civilizar" outros povos, como os africanos e asiáticos. Nos Estados Unidos não foi diferente, já que as Treze Colônias foram estabelecidas por britânicos, irlandeses, holandeses, suecos etc...
Me chamou muita atenção vendo as mulheres dizendo que antes, se ensinava valores budistas e que agora isso está declinando. Só se ensina como ganhar dinheiro e ser rico.
Concordo. Há muita informação sobre as consequências de tais práxis, que por si só tornam-se preocupantes, uma das que mais chama a atenção é a de que algumas culturas estão sendo exterminadas, e fato é que não é uma prática comum e recente, elas estão sendo exterminadas a troco de transformar as gerações seguintes em engrenagens para alimentar um sistema que vem se mantendo há séculos em benefícios de países de primeiro mundo. Essa condição se torna triste e caótica porque tem gerado cada vez mais pessoas frustradas e que desconhecem sua própria região e cultura se transformando assim em pessoas, como no dito popular Hindi "cachorro de lavadeira que não pertence nem ao lugar onde a lavagem é feita, nem à casa.", citado por uma das entrevistadas no filme.
ExcluirBolsista: Juliana Maria de Sousa
ResponderExcluirAchei o filme/documentário interessante, aponta para uma problemática histórica que é supervalorização de uma cultura sobre outra, mas também achei um pouco tendencioso por mostrar a “western education” como algo ruim que causa declínio de outras culturas (na minha interpretação, pode ser que eu esteja errada). Concordo com muitos pontos do filme/documentário, sabemos que historicamente milhares de culturas, línguas e povos morreram em detrimento de outras civilizações que tomaram territórios e impuseram religião e costumes ao redor do globo. Porém, o ponto que me incomodou no filme foi a fala de mulheres indianas sobre verem seus filhos/netos deixando seus vilarejos para estudarem em outros lugares distantes e que pós estudos, eles não retornam para casa, pois precisam encontrar meios de trabalhar e ganhar dinheiro com o que aprenderam. Não acho que ver seus filhos deixando a família para estudar/trabalhar em outro lugar seja motivo de declínio de uma cultura. Com isso, associo minha vivência de ter deixado meu antigo lar pra vir estudar em outro estado de outra região do país, assim como vários outros estudantes da UFS que vieram de muito longe pra conseguir um diploma, adquirir conhecimento e fazer disso uma forma de ganhar dinheiro porque é o sistema em que vivemos. Quero deixar claro que também não defendo esse caminho, acredito que há outros meios de crescer na vida e inúmeros caminhos que você pode trilhar para conseguir.
Retomando o filme, acredito que o problema principal desse modelo de educação no mundo oriental e em outras tantas regiões do mundo que não possuem desenvolvimento socioeconômico é justamente “o que” e “como” é ensinado nas escolas. Por que aprendemos o que houve na Alemanha durante a II guerra mundial, mas não aprendemos como lidar com ansiedade ou plantar soja, por exemplo? Aqui no Brasil, temos um modelo norte americano de educação e somos diariamente massacrados com os efeitos do capitalismo e globalização, sobretudo, boa parte dessa propaganda de consumo vem dos EUA e Europa. Um exemplo prático, todos conhecemos o atentado que chocou o mundo em 11 de setembro de 2001, certo?! Mas será que sabemos quantos povos indígenas existiram no Brasil e dos que ainda resistem, sabemos quais são e como funciona a cultura de cada um? Fica ai a reflexão, incluindo a mim, porque eu mesma não sei essa informação. Inclusive, em outro trecho do filme uma indiana comenta como essa nova geração que deixa suas casas para serem educadas em escolas, quando retornam, não sabem como trabalhar (plantar, cuidar dos animais, etc) naquele ambiente. Há também um ponto interessante sobre o aumento de problemas mentais em jovens devido a cobrança e pressão que eles sofrem nas escolas, além da frustração que muitos desenvolvem quando não conseguem uma qualificação no mercado de trabalho. Tem um filme que dialoga muito bem com esse da postagem, o nome é “Capitão Fantástico” (quem não assistiu, por favor, assistam porque é realmente FANTÁSTICO).
Só lembrei de "Capitão Fantástico" assistindo a esse filme! Realmente maravilhoso!
ExcluirJuliana, comentário super condizente. Eu concordo com você quando você fala sobre as mulheres indianas que meio que não aceitam as decisões, creio, dos filhos de estudarem. Creio que os costumes e a ligação às crenças as impedem de uma reflexão, sobre o que é a autonomia do ser humano.
ExcluirAssistindo ao documentário eu fiz uma conexão direta com Avatar: a lenda de Aang. Geek alert! Na animação nos é retratada a história de Aang, um jovem monge dobrador de ar que tem como destino trazer o equilíbrio ao mundo espiritual e mundano.
ResponderExcluirTrazendo a animação para o contexto do filme, no mundo de Avatar: a lenda de Aang, o mundo é dividido em quatro nações: a Tribo da Água, o Reino da Terra, a Nação do Fogo e os Nômades do Ar. O desequilíbrio no mundo se deu quando repentinamente a Nação do Fogo teve um crescimento industrial muito mais elevado que qualquer outra nação (Podemos relacionar com as grandes potências econômicas) e num momento em que a Nação do Fogo desfrutava de uma era de prosperidade, eles decidiram que todas as outras nações deveriam desfrutar das mesmas riquezas e desenvolvimento, então nós vemos na animação a Nação do Fogo tomando conta das outras nações e me lembrou muito do cartoon mostrado no filme: “White man’s burden” e do cartaz: “The American flag has not been planted in foreign soil to acquire more territory but for humanity’s sake”.
Utilizo da Nação do Fogo para fazer analogia ao Western Knowledge e a modern education, Não há um diálogo, há simplesmente uma abordagem em que eles afirmam que o jeito dos nativos não funciona mais e que agora o jeito certo de fazer é o que eles julgam ser o certo baseado em suas vivências.
Interessante também a parte como ele fala de como a educação forma a nossa relação com a realidade ao nosso redor quando ele menciona que um aluno urbano aprende que as árvores de uma floresta devem ser cortadas pra serem usadas industrialmente, enquanto um indígena aprende que as florestas têm um valor espiritual e que, por causa do jeito que os alunos urbanos aprenderam e formaram essa relação com a natureza, várias florestas deixaram de existir. Isso também é retratado na animação em como os cidadãos da Tribo da Água, do Reino da Terra ou os Nômades do Ar tem uma ligação muito forte com o mundo espiritual, contando lendas sobre a natureza, preservando o respeito pelo que vem dela enquanto a Nação do Fogo só pensa no progresso, no crescimento econômico e industrial.
Indo além e fazendo relação com as vivências no PIBID, muitos questionamentos surgiram na minha cabeça vendo o filme que tem relação com uma das discussões mais longas e relevantes (para mim) da graduação, que é: Para quê, para quem e por quê ensinar a língua inglesa? Um dos trechos do filme que mais “pegou de jeito” foi o que falam que no mundo existem milhares de línguas, mas que com essa tentativa de unificação de ter o inglês como língua universal, muitos nativos estão deixando de aprender a própria língua materna e até mesmo sendo proibidos de falar elas, como reporta uma aluna no filme. É uma cena que chegou a quebrar o meu coração de tão triste que é quando a mesma estudante afirma que ela não pode chegar em outros países e falar a língua nativa dela, que ela tem como obrigação falar em inglês.
Isso é extremamente triste pois, como é dito no filme, língua é o veículo por onde a alma de cada cultura vem ao mundo, sem ela ocorre um apagamento cultural e é isso que a educação moderna propõe, um apagamento das culturas nativas para substituir pelo Western Knowledge. Essa educação não está ali para formar cidadãos independentes capazes de viver com as suas próprias responsabilidades em comunidade, mas sim elementos, produtos para alimentar o sistema econômico e servir as necessidades da elite.
As pessoas estão pensando menos em maneiras de ajudar umas às outras, coisa como a gentileza e compaixão estão morrendo aos poucos e sendo substituídas por pensamentos como: “Eu tenho que ser um engenheiro”; “Eu tenho que ser um médico” e “Como eu posso fazer muito dinheiro? ”. O que nos leva aos questionamentos de Gandhi: “Qual é a real contribuição do conhecimento ocidental para o bem estar da vida no planeta? ” Que é uma discussão que a Andrea Semprini (1999) traz em seu livro onde ela traz os conceitos do monoculturalismo e multiculturalismo, e traz fator do “orgulho pelas conquistas do pensamento ocidental” que se aplicam a esse pensamento de que o conhecimento ocidental tem um valor maior que qualquer outro tipo de conhecimento.
ExcluirMas, como é dito no filme, também quero acreditar que tudo isso tem boas intenções, mas o que falta é justamente “ligar os pontos” de verem como essas ações afetam aquela cultura como um todo, falta estabelecer um diálogo diante desses choques culturais. O que me faz pensar nos professores como o Avatar do desenho animado, que é o ser que tem que conhecer um pouco de todas as culturas e salientar a importância de cada uma delas, sendo um mediador que traz o equilíbrio entre o mundo espiritual, mundano e cultural na Terra. Parece muito trabalho para uma profissão só... e é mesmo, mas uma vantagem que eu vejo em comparação com o Avatar é que na animação ele era um só para o planeta inteiro, aqui nós temos vários professores em vários cantos do mundo... não é nada fácil, mas traz um pouco de esperança.
Ai a parte que fala do inglês dominando o mundo é de partir o coração mesmo! Quase desisto de tudo aqui!
ExcluirComentário incrível, Thiago! Ao citar a lenda de Aang mais uma vez me mostrou que a vida imita a arte e arte imita a vida.
ExcluirAchei sensacional a analogia que você conseguiu fazer com o desenho.
ExcluirAchei super interessante sua visão sobre o filme Tiago, realmente a educação está no caminho apenas de “crescimento econômico” infelizmente as grandes nações que se julgam superiores acabam ditando o que devemos estudar, que língua falar e até o que consumir, tudo isso pra que ? Para trabalhar e fazer parte do mercado deles, enriquecer a eles, e muitas vezes esquecemos do nosso, nossa cultura, nossas riquezas. Só me veio à mente a ideia que dizem sobre a grama do vizinho ser sempre mais verde, e como se mostra no filme como a cultura de um povo que se julga avançado acaba apagando a cultura nativa que também é rica e merece ser valorizada e preservada.
ExcluirBolsista: Sandy Cristine Bezerra Dos Santos
ResponderExcluirEsse documentário me fez refletir mais uma vez: ‘o que é pobreza?’
Acredito que toda a ideia de colonização e querer ‘ajudar’ as pessoas a serem educadas, gira em torno do que é pensado automaticamente sobre o significado de pobreza, que rapidamente se traduz para falta de dinheiro, isso se relaciona diretamente com a fala ‘o último fardo do homem branco’, sendo interpretado que o homem branco (e assim rico, inteligente, poderoso) tem o dever de trazer riqueza (dinheiro e sucesso através do desenvolvimento) para os povos que não são como ele. A questão é exatamente, por que a sua visão de sucesso e riqueza tem que ser imposta no outro que não é igual a você? Afinal somos todos diferentes, e seus fatores linguísticos e religiosos não devem ser simplesmente ser colocados como certo na vida de uma pessoa que não pensa do seu jeito, por exemplo, um cristão não pode dizer para um budista que o cristianismo é a única religião certa no mundo e que o budismo é uma maneira errada de viver. No entanto, conforme as nações foram colonizadas, esta prática foi a mais comum, seguida da imposição da língua com o mesmo processo: sua língua é errada, a minha certa. Podemos ver esse mesmo processo aqui no Brasil entre os índios e os portugueses, com a exigência
do catolicismo e da língua portuguesa. Desde que o processo de colonização começou por parte dos brancos, se criou essa ideia de ‘educação’ para que as pessoas de cor se tornassem ‘brancas por dentro’, o que hoje em dia se desenvolveu para a educação moderna, onde as escolas funcionam como fábricas e os alunos como produtos, todos iguais pelo uniforme. Uma das maiores razões que dão para ‘ajudar’ esses povos, é porque querem que eles saiam da ‘pobreza’, porém com as estatísticas atuais, podemos ver que o sistema de ensino não funciona há muito tempo para seu objetivo geral, e que na verdade, toda a colonização e desenvolvimento só fez essa questão piorar, trazendo diferenças entre as pessoas e a sensação de inferioridade de conhecimento por aqueles que não vão à escola ou que não se adequam aos padrões esperados pela mesma. Como uma das mulheres de Ladakh disse: ‘antes era ensinado o sucesso espiritual, agora é ensinado o
sucesso material’, o que é a mais pura verdade, nós estamos sendo ensinados a viver em um mundo cujo propósito principal é ter dinheiro, o que me fez refletir sobre outra coisa, nós saímos de viver na e da natureza, para um mundo baseado em dinheiro, sendo que este é feito de madeira (árvore) e algodão, ambos sendo recursos naturais que temos livremente na natureza. Então afinal, por que fazemos o que fazemos? Por que a educação está sendo utilizada dessa forma se já sabemos que não é eficaz? Por que não redirecionamos a educação de uma forma que ela possa ensinar sobre diversas culturas, e que dessa forma, o conhecimento de mundo seja expandido para que assim, os próprios indivíduos possam escolher para onde ir, como viver, que língua falar, qual religião se identifica e formar suas
próprias ideias e opiniões sobre o mundo em que vive? Tendo assim dito, acredito que o objetivo da educação não deveria ser a redução da pobreza global, e sim a expansão de conhecimento de mundo, penso que assim teríamos cidadãos e cidadãs que se respeitassem e com uma capacidade maior de diálogo cultural.
‘Educação é cultura sob limitação. Cultura é livre.’ - Tolstoi
Que baita reflexão sobre o que é pobreza, Sandy! Como diria Clarice Lispector em A Hora da Estrela: dedico-me à saudade de minha antiga pobreza, quando tudo era mais sóbrio e digno e eu nunca havia comido lagosta.
ExcluirMuitas vezes se é pobre com uma conta com milhões de dólares.
Bolsista: Milena Santana Costa
ResponderExcluirO documentário aborda um dos grandes eventos que tem acontecido nos últimos anos que é o processo de globalização. Esse processo trouxe pontos negativos e positivos ao redor do mundo, mas o documentário faz crítica a imposição cultural dos países europeus sobre a Índia, em que nas escolas o idioma que está sendo imposto é o inglês. A questão da cultura, dos costumes estão sendo esquecidos pelos jovens devido aos novos conhecimentos que estão sendo ensinados na escola. Com isso é notório os impactos que esse processo tem causado, a educação com certeza é um bem para a humanidade, todo ser necessita de educação, o problema é alguém oferecer ajuda a uma determinada cultura, mas fazer com que a cultura daquele povo seja esquecida, acredito que a educação serve para ajudar-nos a refletir, criticar e fazer nossas próprias escolhas, logo precisamos analisar o que é bom para cada um de nós, e escolher aquilo que nos faz bem, pois a educação é feita para construir e não para destruir. E nós como futuros professores principalmente de língua inglesa temos o dever de ensinar a diversidade cultural para os nosso alunos e não impor apenas uma cultura falante de língua inglesa, precisamos mostrar a variedade de países, povos e culturas para que eles possam fazer suas próprias análises e questionamentos. A educação é libertadora , por esse motivo devemos instigar a criticidade neles para que possam pensar e refletir por si só. Ensinar a seguir apenas um caminho não é liberdade.
O documentário traz uma discussão pertinente ao colocar em questão os problemas que determinado modelo de educação/escolarização tem acarretado, ao longo da história, a certas civilizações vistas como tradicionais, porém, a meu ver, não podemos levar essa discussão a diante olhando apenas de um ponto de vista, pois, seria justo se essas comunidades fossem privadas do acesso à educação nos moldes em que esta tem se apresentado e que de agora em diante devessem somente aprender aquilo que os mais velhos têm a ensinar de acordo com sua própria cultura e crenças? Quais as consequências dessa atitude a longo prazo? Não quero dizer com isso que devemos ver com bons olhos o que tem acontecido nessas comunidades retratadas pelo documentário, pois acredito que a educação formal deve ser de livre acesso a todos, mas acredito também que esse processo deve ser livre de abusos ou imposições de qualquer natureza.
ResponderExcluirAs discussões apresentadas no filme são notáveis e necessárias, de forma muito rica me fez pensar sobre o quão dogmática e opressora a educação pode ser. Acho necessário trabalhar as nossas convicções sobre educação e cultura e diferenciá-las na nossa cabeça, a partir daí utilizar esses dois conceitos de forma mútua e interdisciplinar. Exaltar e fomentar debates sobre ancestralidade, levando em consideração o conhecimento da cultura, da religião, dos costumes e vivências desse povo. Repetindo, esse vídeo foi bastante importante pra mim pois desta feita irei incrementar meus discursos em sala de aula, tornando os conteúdos mais inclusivos e levando sempre em consideração a história e passado de quem eu estarei ensinando.
ResponderExcluirLeila Martins
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAchei o filme muito interessante porque mostra como a sociedade limita-se a ver a educação e o conhecimento apenas como um produto comercial, ligada apenas ao saber científico, ignorando a própria cultura, crenças e costumes. O filme também é baseado em críticas ao modelo de ensino moderno dos países europeus, que visam a educação como algo barato e incompleto, e que buscam meios de preparar as crianças para serem serviço da grande massa, ou seja, para servir e adaptar-se a cultura e aos interesses da elite. A parte que mais me mobilizou foi quando um dos entrevistados relata suas experiências e acrescenta que visitou várias vilas interessado em aprender a cultura tradicional com os idosos, mas os mesmos “Não sabiam”. Dessa forma percebe-se que, devido ao processo de globalização os modelos de ensino tendem a desvalorizar e tratar as gerações anteriores como inferiores, porque as consideram ultrapassadas e incapazes de transmitir “conhecimento” necessário para satisfazer as necessidades da economia global. Dessa maneira, pude estabelecer algumas ligações com as vivências e experiências no PIBID, porque em uma das reuniões houve textos que levaram a discussões parecidas com a temática desse filme. Na ocasião, alguns pibidianos debateram que conhecimento não é apenas ler e escrever como apontado no filme, mas sim ter costumes, saberes de mundo, vivências e experiências próprias que não necessariamente estão ligadas ao conhecimento científico, mas sim ao bem da humanidade.
ResponderExcluirBolsista: Lucas Santana Pinto Cardoso
ResponderExcluirO filme/documentário me trouxeram reflexões profundas e que me fez lembrar muito do processo de colonização dos portugueses. Visivelmente a diversidade de culturas, bem como a diversidade de indivíduos humanos únicos estão sendo destruída em prol de uma educação capitalista em que pessoas são doutrinadas a um sistema inquestionável. O respectivo meio de educação tratado no filme se preocupa em "ensinar" pensando no capitalismo e como inserir esses educandos nessa cultura do consumismo urbano.
Além disso, o sistema de educação desvaloriza outras culturas, bem como outros saberes que são vistos como pessoas desprovidas de sabedoria. A atual educação gira em torno de um padrão, em que todos os alunos se vestem de maneira igual, todos devem fazer os mesmos movimentos e também aprender da mesma forma, o que na verdade descaracteriza àqueles que possuem outras formas de aprendizagem, conhecimentos específicos de culturas distintas e também trabalhos informais no campo. Consideraria que é uma elite que quer treinar pessoas para seus interesses.
Outro fator marcante e que é possível fazer forte relação com nossa realidade aqui no Brasil, são os livros didáticas citados, que até então destaca a vida de brancos na sociedade urbana, numa cultura de alto consumo, venda e produção de dinheiro. As crianças de diferentes culturas, religão, região ao se deparar com tal situação, acabam se achando inferior de forma que seus valores e costumes são considerados atrasados, primitivos e vergonhoso. Em suma, é necessário repensar o que de fato é essa escolarização, creio que não seja nenhum erro apresentar religão, cultura e ensinos, mas se torna prejudicial quando isso é imposto ao que estuda e este não ter domínio de questionar ou pensar.
Bolsista: Mateus De Morais Silva
ResponderExcluiro inglês é uma língua assassina e isso é fato, por onde ela passou ela destruiu civilizações culturalmente e oralmente falando, o mais chocante pra mim foi ver como atualmente isso está tão internalizado em nós que ao mesmo tempo que eu discordava com o jeito americano de ensinar eu também concordava, afinal foi assim que fui criado minha vida inteira acreditando que educação é ir pra escola e aprender e tudo e qualquer que vem de fora é errado mas aqui é que acontece o plot twist, conhecimento nunca é errado ou desnecessário o fato é que o inglês ao entrar em países como a Filipinas dizimou qualquer resquícios de cultura local porque além de obrigarem os locais a falarem inglês eles também obrigaram os mesmos a seguirem seus padrões culturais, e hoje é normalizado e pra mim também estaria normalizado desse forma ir pra escola para todos serem uniformes e iguais mas ninguém é igual a ninguém e nunca seremos uniformes nem como sociedade nem como alunos em uma escola todos temos diferenças, o filme também me lembrou das aulas de cultura na qual debatemos o processo de colonização do Canadá e como me chocou o fato de terem existidos colégios internos para castração da cultura indígena e que deixa sequelas até hoje nessa população que vive excluída.
Também lembrei do Canadá!
ExcluirSe antes de assistir ao filme eu já não acreditava no modelo de escola tradicional que temos, que se exclui da sociedade e trabalha apenas questões cognitivas com os alunos, “treinando-os” para o mercado de trabalho, e eu já não me sentia confortável com esse modelo de educação pensando apenas na nossa cultura ocidental, após assistir a esse filme meu mundo caiu! Se esse tipo de escola já não está funcionando aqui, é bem revoltante essa implantação em outras culturas, pois como alguns mencionam no filme, só há interesses econômicos por trás disso, e se essa forma de educação realmente ajudasse a “solucionar a pobreza do mundo”, como muitos afirmam, não haveria pobreza no próprio ocidente, ou como mencionado no filme, nos EUA, onde 13.247.845 crianças vivem na pobreza. Algo que me chamou a atenção já no início do filme foi quando uma mulher fala que “com a escolarização moderna, os antigos valores de cooperação e compaixão estão começando a declinar”, e acho isso bem revoltante, pois a escola deveria compartilhar desses valores com a sociedade, não tirá-los dela, como infelizmente acontece na maioria de nossas escolas. Enfim, ainda estou processando o filme aqui na minha mente e no meu coração...
ResponderExcluirAcho, Silmara, que são valores - a compaixão, a cooperação, etc. - não só para a escola, mas para outras áreas, como a fala do professor Ruberval Maciel no SEFELI, onde ele comentou sobre o trabalho de levar humanismo ao campo da medicina. A escola nunca passou de uma versão mecanizada da humanidade, a teoria de Rogers, Freire e outros podem ajudar-nos a dar um primeiro, um segundo passo no caminho de tornar o ser humano mais humano.
ExcluirBem lembrado Lucas! Infelizmente, esses valores também estão faltando em muitas outras áreas, não só na escola.
ExcluirAchei incrível como o documentário despertou em mim algumas reflexões que há tempos não fazia. Como nos beneficiamos do Inglês, acabamos esquecendo todo sofrimento que a busca por torná-lo idioma "Universal" causou. A problemática apresentada me fez lembrar das Escolas Residenciais do Canadá, nas quais os indivíduos eram tão expostos a uma nova cultura que acabavam sendo "reeducados" e esquecendo suas próprias origens e sua língua materna. Não podemos desfazer o genocídio cultural que já ocorreu, mas podemos evitar contribuir para que novos aconteçam. Nós, como professores de língua inglesa, devemos desconstruir essa imposição cultural e preservar a diversidade. Visto que muitos profissionais acabam internalizando essa ideia de superioridade e o ensino se torna opressor. E isso é o contrário do que deve acontecer, pois desde o início do PIBID compreendemos e reafirmamos que o ensino deve ser libertador.
ResponderExcluirBolsista: Lucas Natan Alves dos Santos
ResponderExcluirEsse documentário, o Schooling the World, me conectou bastante à disciplina de Culturas de Língua Inglesa, a qual cursei no período que se foi. Foram debates super esclarecedores e desmistificadores acerca das grandes potências e os processos de colonização. Já no fim do período houve seminários nos quais podemos ver o quanto a colonização arrasou feito um tsunami com os aspectos culturais de diversos países, inclusive a Índia, em uma tentativa de "unificação da diversidade". Uma das falas iniciais do diretor da Moravian Mission School deixa essa questão bem clara: if you lose your history, you lose everything.
É um documentário forte que nos desconstrói de certa maneira, não somente eu pareço estar com esse sentimento pelo que já li nos comentários acima. Foucault fala que o que o marca negativamente é ver que a arte se tornou algo relacionado a objetos, não a pessoas e à vida. E eu digo que podemos ver o mesmo com a educação. O ato de ensinar se tornou numa concepção mais moderna, igual o Foucault também advoga, um meio para vigiar, punir e padronizar. A educação, de fato, nunca teve um olhar humano, mas mecânico até estudos (recentes, inclusive) de Paulo Freire e Carl Rogers, por exemplo, que propõem justamente em trazermos o afeto, a solidariedade, entre outros sentimentos grupais, para entre as quatro paredes da sala de aula.
Grande parcela dos diálogos que apareceram nas cenas me trouxeram à mente o ENEM, aqui no contexto brasileiro. Pais, professores e alunos são levados a um único objetivo: uma graduação e uma graduação considerada de elite, novamente o sonho não é incentivado. Quando, junto à Luiza, elaborei uma questão no questionário do colégio Dr. Carlos Firpo para saber dos sonhos e objetivos daqueles alunos quanto ao futuro, era para ver o quanto o contexto neoliberal inflencia por escolhas que levem apenas para o lado material da existência. Como resultado, a maioria está influenciada neoliberalmente.
Assim, para Mukherjee (2015)*: One of the major concerns expressed in the study is that many Indians were learning Western knowledge through rote memorization for the instrumental materialistic purpose of Western knowledge-systems within colonial India, without acquiring the questioning and critical faculty such knowledge was supposed to have ignited. Creio que para nós evitarmos toda essa americanização, mecanização da escola e dos aprendizes aqui no Brasil, ou lá na Índia, já temos o primeiro passo dado, que é conhecer a teoria de Freire, a qual reconhece que o educando também tem seu conhecimento de mundo, o seu saber que vem de casa, da rua e não pode ser o ensino tradicional, científico, o único a predominar.
*Mukherjee, Mousumi. Indian education at the crossroads of postcoloniality, globalization and the 21st century Knowledge Economy (Part 1). Policy Futures in Education 2015, Vol. 13(2) 165–170.
Ao mesmo tempo que conhecer e ter acesso ao inglês é fantástico, amplia nossa visão de mundo e possibilita muitas oportunidades, o inglês é também, a língua que ao longo da história veio destruindo diversas culturas e povos a fim de se estabelecer e manter sua “superioridade”.
ResponderExcluirInteressante o conceito “miopia cultural” presente no filme, em que aprendemos a defender a sociedade e cultura ocidental como se fosse o mundo real, e rejeitamos outras culturas e crenças como se elas fossem tentativas falhas do mundo moderno, acreditando ser esse modelo educacional superior a qualquer outro tipo tradicional de educação e conhecimento.
Freire defendia que nenhum conhecimento acadêmico, por mais superior que fosse superaria o conhecimento tradicional e popular, a sabedoria que cada indivíduo poderia adquirir na escola da vida, o que de fato nos ajuda na vida prática.
O filme nos leva a refletir sobre a importância de valorizar a diversidade cultural, tradicional e linguística de outros povos, a repensar a ideia incutida desde sempre em nós, de que a educação moderna com seus moldes e padrões consegue resolver todos os problemas e livrar o ser humano da pobreza e da ignorância, quando na realidade não é bem assim que acontece.
Ao introduzir a educação ocidental moderna nas culturas tradicionais ao redor do mundo, acabou-se criando um sentimento de inferioridade em milhares de pessoas devido a supervalorização da cultura consumista e urbana como progresso. Muitos idosos passaram a achar que não sabiam de nada, porque não tiveram a oportunidade de estudar em seu tempo.
Além disso, a educação moderna e suas instituições acabam marcando milhares de pessoas como fracassadas por não se encaixarem no padrão da educação violentadora da diversidade e individualidade humana, criando ainda mais hierarquização e desigualdade social, arrancando pessoas da natureza e de seu meio social a fim de servirem como produtos e mão de obra de uma cultura consumista.
Como futuros professores precisamos estar preparados para observar questões como essas ao nosso redor e tentar desconstruí-las, que saibamos acolher a demanda dos que querem seguir a vida acadêmica sem jamais desanimar no meio do caminho aquele que não escolha a educação moderna para seguir, pois esse não se trata de ser o único caminho, mas apenas mais uma opção num leque de oportunidades.
Esse filme aborda uma crítica a ideia de uma educação globalizada, mostrando o lado ruim da educação, o seu mal uso que acaba servindo para uma homogenizacao cultural. A patir das discussões apresentadas no filme, podemos refletir em varios pontos de vista, ja que, a cultura possui uma vasta diversidade. E pensar em como a sociedade molda a educação para determinados fins, favorecendo a classe mais alta. Essa questão me fez lembrar de uma aula no Jackson, em que o professor estava trantando de assuntos culturais e perguntou sobre os ancestrais para os alunos... O que foi realmente bastante interessante, pois por um instante eu vi determinada classe de alunos quietos pensando, e alguns sabiam responder, outros falaram de forma mais genérica, e os demais não responderam. Eu achei uma aula bastante interessante, por tratar sobre esse assunto e trazer para os alunos um pensamento sobre si e sobre sua origem. É na escola e em varios ambientes sociais que podemos perceber pessoas com características culturais muito fortes e outras que talvez tenham sido influenciada por esse modelo de ensino apresentado no filme. Creio que seja importante tratar sobre esse assunto em um ambiente educacional, assim possibilitando de certa maneira um autoconhecimento e confiança para os alunos. E como professores precisamos estar preparados e contribuir para um ensino libertador.
ResponderExcluirO documentário “Schooling the world” traz a luz uma série de importantes questões a serem trazidas para debate, contudo, seja pela limitação no número de caracteres do espaço de comentários ou seja pelo simples fato que não poderia acrescentar em tudo, em meu comentário me deterei naquilo que considero poder acrescentar. Portanto, enumero abaixo o que me chamou atenção e comento, tratando de propor uma tessitura que encadeie cada parágrafo entre si e, especialmente, com o último.
ResponderExcluir1. O termo “miopia cultural”, usado por um dos antropólogos entrevistados no decorrer do vídeo, foi o que primeiro me chamou atenção. Tanto pela sagacidade e perspicácia quanto pela capacidade sintética de sua ironia, a expressão não apenas me fez sorrir (o sorriso de admiração pela cabeça que ali chegou) como ficou em minha mente horas e horas depois de eu terminar de assistir. Enquanto refletia sobre o documentário, não pude e nem tive a intenção de tirá-la da minha mente.
2. O trecho de dez, treze minutos dedicado a tratar de uma perspectiva histórica a respeito da implantação de escolas que seguem o modelo ocidental em países colonizados ou de terceiro mundo, mostrando exemplos como os estadunidenses em Cuba ou nas Filipinas e até o cenário em que se situa o documentário dos britânicos na Índia, foi outro que me chamou atenção. Pois mostra como os colonizadores partem da premissa de que eles, enquanto povos civilizados, são missionários, mensageiros da modernidade, que têm o poder de civilizar os povos bárbaros.
3. Uma distinção entre cultura ocidental como forma de realidade por excelência, ou seja a “Realidade” com r maiúsculo, e as outras culturas enquanto produtos excêntricos desses povos bárbaros também me saltou aos olhos, pois, queiramos ou não, nós, brasileiros, em semelhança aos indianos, acabamos inseridos e aculturados por esse modelo de uniformização cultural no qual se pretende, segundo os preceitos liberais, alcançar uma igualdade que, no fundo, não é sequer desejada, visto que, nesse sentido, a igualdade se diferencia e contrapõe a equidade, pois não reconhece e tampouco aceita as diferenças.
4. Outra distinção importante foi entre educação enquanto um sistema institucional, que é usado por colonizadores como ferramenta de colonização e produção de mão de obra, em relação a educação enquanto ambiente não institucionalizado, onde ocorre desenvolvimento de valores morais e éticos consoantes com preceitos culturais de uma determinada comunidade. Grosso modo, a distinção entre educação institucionalizada e não institucionalizada. Isso me lembrou, em partes, um dos capítulos de “Identidade cultural na pós-modernidade”, em que Hall trata da construção de uma identidade nacional unificadora e, me parece, que, neste sentido, tanto as escolas quanto às línguas são muitas vezes usadas como ferramentas dentro dessa operação homogeneizante. Então, talvez seja por isso que os entrevistados, mais de um e mais de uma vez, chamam atenção para o programa “Education for all”. No fim das contas, por mais bem intencionado que sejam aqueles que fazem a escola, não podemos nunca, acredito eu, esquecer que, queiramos ou não, o sistema educacional é uma superestrutura de poder, que opera de acordo com as necessidades de certos grupos, assim devemos, então, adotar a desconfiança como modo de olhar para esse sistema.
5. Conhecimento do colonizador e do colonizado, outra distinção que logo chama atenção. Não podemos esquecer que a sociedade ocidental opera na lógica do consumo, em que o conhecimento deve ter uma função o mais clara possível, de maneira utilitária até. Assim, os conhecimentos que não parecem servir aos padrões do mercado, não servem, não são legitimados. O conhecimento está, não podemos esquecer, inserido em uma relação de poder, como tudo mais está.
Excluir6. Por fim, o discurso sucesso, do american way of life, acaba sendo outra ferramenta que opera contra os povos colonizados. Se, segundo os preceitos da sociedade de consumo neoliberal, não alcançamos o que se tem como sucesso, nós somos taxados como losers, como perdedores, os que falharam, inferiores. Esses, portanto, não tem mérito, não venceram por não terem se esforçado o suficiente, merecem as violências que os colonizadores, o primeiro mundo os impõe. Assim, no fim das contas, somos desumanizados e parece normal que morramos, que sejamos esmagados por superestruturas coercitivas.
Apesar do incômodo que me causou dedicar quase uma hora ao documentário, incômodo causado pelas reflexões que ele suscita, é um incômodo necessário. É muito difícil para e se deter na reflexão de temas tão importantes e tão invisíveis quanto esses. Nós vemos essas violências em qualquer escola diariamente, vemos o desprezo pelos conhecimentos da vida dos alunos, vemos como as superestruturas operam contra toda comunidade escolar, vemos como a cultura do outro parece o melhor modelo de realidade a ser vivida, a “Realidade”. Acredito que seria fácil terminar meu comentário na desesperança e argumentar que sou realista, mas o fato é que pesa, às vezes, a vontade de simplesmente se deixar levar por esse torpor absurdo, pelas doses agressivas de sedativos sociais aos quais somos, diariamente, submetidos. E, bem, é simples. Não podemos nos deixar seguir adiante por esses trilhos. Então, consoante com o documentário, tento, aqui no finzinho, mostrar que a esperança surge no limite, no último passo que antecede a queda penhasco abaixo. Um dos últimos pontos tratados no documentário é o diálogo. Na verdade, a chega ser difícil, até pra mim que proponho, acreditar nisso. Mas, a cada dia, me sinto mais certo que o diálogo, que estabelecer uma relação, perguntar, construir uma ponte por onde possa transitar alguma empatia é, talvez, o caminho possível. Bem, pode ser romântico da minha parte, piegas até, mas prefiro acreditar nesse caminho.
Assistir ao documentário me fez perceber que ainda somos aquele país de 1500 invadido por estrangeiros que sobre nada entendiam da nossa terra e nos falaram que nossos costumes, crenças, hábitos, enfim, nossa cultura estava errada (como se existisse alguma unidade de medida que calculasse culturas ao redor do mundo e por algum motivo a do colonizador foi escolhida como superior). Como mostra muito bem os movimentos literários, passamos anos atrás de uma identidade que nos representasse, mas sempre usando essa parâmetro de medida cultural pois precisávamos nos equiparar ao molde do colonizador, assim, estava tudo bem escolher o índio como figura que representasse nossa identidade contanto que seus valores fossem o do herói da Idade Média.
ResponderExcluirO filme abalou um pouco um mantra meu que me fez escolher a docência como profissão: a educação salva o mundo. Após o documentário me perguntei se era esta a educação que está dentro das escolas que mudaria o mundo. Estamos tão preocupados com a formação profissional que o ensinar para vida é mantido de lado. Como graduanda de um curso de língua estrangeira, vejo que a tarefa é muito mais minuciosa e perigosa, afinal é hoje o inglês que está na boca de todo o mundo, nos grandes congressos internacionais, nas relações econômicas dos países, nos termos de usos dos aplicativos. Então como não reverberar o dito de uma cultura superior em detrimento da cultura local cada vez mais olvidada? Não sei, mas o PIBID me ajuda nesse processo de criticar o que até então não havia o que questionar.
Bolsista: Josué de Oliva
ResponderExcluirO filme mobilizou em mim algo que eu já venho trabalhando a um tempo na minha mente, de como eu devo encarar a sala de aula. Devo exportar os talentos de fora da sala para dentro dela, e fazer com haja um inter-relacionamento com esses contextos diversos.
Esse filme me mobilizou a olhar a realidade dos estudantes como algo profundo o suficiente para trazer esse conhecimento empírica para dentro da sala e trabalhar em conjunto com o científico. Me mobilizou a não desmerecer a realidade dos meus alunos, como algo simples, vão e sem sentido. Mas a encarar a cultura deles como um ponto de partida para desenvolver minhas aulas.
Tudo no filme foi um tapa na minha cara principalmente no tocante em relação a que a ideologia do monopólio ocidental e a ascensão na vida “profissional” é a melhor coisa a ser alcançada, todavia ela polui, ela destrói, ela oprime e principalmente frustra sonhos que muitas vezes são inalcançáveis. E essa é uma realidade nas escolas brasileiras, porque o fato de educar majoritariamente é com finalidades econômicos e no meio desse caminho muitos valores culturais se perdem nesse processo de ensino-aprendizagem.
Eu achei o filme realmente incrível. E ele tem muito a dizer sobre como o mundo está a educar as crianças. É importante para o educador prestar atenção em cada aluno, já que cada aluno tem uma história e carrega em si muito conhecimento válido para a vida. Creio que o professor deverá sempre ter em mente que não há cultura certa ou errada, mas que toda a cultura é importante e necessária.
ResponderExcluirBolsista:Gabriela Silva dos Anjos Santos
ExcluirO documentário revela uma crítica a escolarização moderna oriunda da globalização, mais especificamente a imposição das culturas europeia e americana sobre as classes mais desfavorecidas. É chocante ver os depoimentos de mães que estão vendo antigos valores como bondade e compaixão, sendo substituídos por uma educação que visa enfaticamente o sucesso material, ou seja, um treinamento para o mercado de trabalho, ao meu ver.
ResponderExcluirO problema é que está passando a existir uma padronização não só da formação dos seres humanos, mas dos seus costumes e suas culturas.
Isso me faz pensar em que tipo de professores estão sendo formados. Se vê pouquíssimos profissionais que levam em consideração a carga cultural que os alunos trazem do ambiente externo para dentro da escola, e isso é de suma importância, crenças e costumes de um povo não devem ser excluídos da formação de um cidadão!
Acredito que essa imposição não seja a melhor forma de preparar indivíduos para a sociedade. É necessário que ambas as sociedades estejam dispostas a estabelecer uma troca mútua de conhecimentos, valores e culturas.
O documentário mostra um sistema educacional implantado em alguns países, com valores ocidentais que não valoriza a cultura local e baseados em interesses econômicos. Um sistema falho que acaba por frustrar muitos de seus estudantes. Esses que não conseguem voltar para o seu lugar de origem por não mais se adaptar a forma de viver que foi dele tirado.
ResponderExcluirA educação nos valores ocidentais se tornou tão invasiva que não é dada a importância a história do aluno, nem mesmo seu idioma e até são punidos se falarem. E a cultura desses alunos é deixado de lado que eles sabem poucos ou até nada sobre ela com o passar dos anos.
Aléxia Valéria da Silva Braga
O filme/documentário nos deixa desconfortáveis, ele nos leva a ter reflexões (necessárias) que deixamos muitas vezes de ter por puro comodismo com a realidade que estamos acostumados a viver. Inúmeras vezes já escutei “Inglês é a língua que importa. As pessoas não devem perder tempo estudando outras línguas” e não parei para refletir em como essa frase pode ser assassina. O inglês virou um idioma “universal” mas para isso acontecer ela destruiu culturas. No comentário de Vivian ela fala sobre a educação que muda o mundo, algo que também me fez refletir muito pois não queremos ser fábricas que transformam as crianças em produtos. Em certo momento o Wade Davis diz que nós temos essa ideia de que a sociedade na qual vivemos é o mundo real, os demais são somente culturas, tal comentário me lembrou muito tudo que vemos discutindo no PIBID, em como devemos sempre estar olhando o aluno como uma pessoa que tem histórias e vivências diferentes das nossas.
ResponderExcluirBolsista: Maria Rafaela Gomes Santana
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ResponderExcluirAlguns levantamentos do documentário "Schooling the World" provocou em mim novas visões acerca do sistema educacional bem como agregou em algumas percepções que venho construindo como futura educadora. Evidentemente, não é necessário um documentário para detectarmos que a educação (em determinados contextos) tornou-se um sistema que visa o lucro e não a formação de indivíduos críticos, mas quem seria o interessado nesse lucro?
ResponderExcluirUma das abordagens que mais despertou em mim uma atenção crítica e reflexiva foi o programa “Educação para todos” que através desse documentário gerou em mim questionamentos acerca de quais são as reais intenções desse programa e qual o conceito de pobreza que ele se dispõe em solucionar. São abordagens como essas que nos revela que existe diferentes formas de saber, bem como a importância em não transformar nossos futuros alunos em produtos desse sistema que objetiva apenas modelar e dominar a sociedade.
Bolsista: Ivan Kennedy Neves Santana
ResponderExcluirAchei bastante interessante a parte que eles definem a diferença entre a educação tradicional e a educação moderna. Os sistemas da educação moderna ajudam a alienar os jovens de uma certa comunidade da dia própria cultura e transformá-los em autômatos capitalistas, que agora precisam participar desse sistema capitalista global, pois eles não são apenas inseridos aos valores desse sistema como também não foram familiarizados a sua antiga economia de subsistência, não aprendendo sobre solos, climas, cultivos etc...
Além disso o documentário propõe que o Ocidente é mau, ideológico e consumista, enquanto as culturas indígenas são pacíficas, auto subsistente e selvagens nobres.No entanto, todo sistema cultural está processando e interpolando pessoas em seu sistema cultural através da produção de subjetividades, de modo a sugerir que somente o Ocidente faz isso, não faz sentido.
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ResponderExcluirO filme me fez pensar em alguns aspectos quanto professor. Creio que, assim como eu, muitos docentes já ouviram a pergunta "por que eu tenho que vir para a escola?" por parte de seu aluno. Talvez a resposta mais clássica que sempre damos é "para ser alguém na vida" ou "para ter um futuro digno".
ResponderExcluirNo entanto, surge a seguinte pergunta: será que esse aluno só pode ser "alguém na vida" com um "futuro digno" a partir do momento que ele participa da educação formal, institucionalizada?
Com essa fala, não estou querendo dizer que a escola não seja importante. Porém, a partir do momento que passamos a ideia para o nosso aluno que ele só pode ser reconhecido quanto alguém que é importante a partir daquilo que ele desenvolve dentro da escola apenas, podemos também fazer com que ele acredite que seu background não seja importante, isto é, suas bagagens culturais, sociais, linguísticas, etc. podem ser implícita ou explicitamente serem notadas como inferiores e praticamente anuladas.
Os sistemas educacionais ocidentais com seus mais variados currículos de ensino, infelizmente, no tocante ao ensino de língua, durante muito tempo teve (e tem tido) uma perspectiva vertical de ensinar e um olhar orientacional cima-baixo entre o que se é considerado importante aprender pelo aluno, muitas vezes sem dialogar com o seu público o que lhe é importante aprender.
Como disse anteriormente, a escola (ou o que chamamos de educação formal) não é de menor importância, mas acredito que é importante dialogar sempre com o contexto local que interagimos quanto professores sobre a troca entre o que já se conhece e o novo a ser conhecido por seu alunado, que pode ser realizado dentro de um sistema de educação institucionalizado.
Prof. Édipo Andrade
Bolsista: Daniela Moreira da Silva
ResponderExcluirAssim como mencionado por outros colegas, também consegui perceber muitas conexões entre esse documentário e a disciplina de Culturas de língua inglesa, ele mostra os impactos do domínio de uma cultura sobre outra e sobre como isso acaba por apagar as raízes existentes naquele lugar para dar espaço a outros costumes, outras crenças que antes não faziam parte daquela sociedade e que são considerados superiores em detrimento dos lugares em que ela invade. O filme também me fez refletir sobre a importância de levar o contexto em que os alunos vivem para a sala de aula, suas culturas, crenças, valores, etc... para que a aprendizagem se dê de forma significativa e não descontextualizada. Também refleti sobre a língua como instrumento de poder e de opressão a partir da imposição feita aos alunos de que a língua que eles precisavam falar era o inglês. Isso é triste porque vemos que a educação, nesse caso se tornou um meio de opressão para "reeducar" pessoas a partir da imposição de crenças de outra sociedade e sem levar em consideração a diversidade cultural existente. Isso me faz pensar sobre qual é o real propósito da educação. Porque estudamos isso ou aquilo? É por sede de conhecimento? É porque queremos um bom emprego, um bom salário? A quem nosso conhecimento serve? Porque aprendemos inglês?
O filme é chocante, mas com certeza trouxe discussões e conexões que levaremos para além das discussões aqui no blog, são questões complexas, mas de grande aprendizado e reflexão.
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ResponderExcluirSamara Milena de Santana Barros - Bolsista
ResponderExcluirAssistir o documentário me fez repensar sobre a influência da educação, qual acaba impactando não apenas os indivíduos inseridos no contexto escolar, mas também toda uma comunidade, uma nação e sua cultura.
Quando conversamos sobre essa influência, geralmente não enxergamos ela de forma tão ampla como o documentário nos mostra. Ela é bem maior do que podemos medir, e poderia ser positiva. Mas o sistema de educação formal moderno, geralmente patrocinado por empresas de grande porte, acaba oprimindo os alunos na maioria das vezes. Suas individualidades são desconsideradas, sua cultura é inferiorizada, jovens abandonam o aprendizado prático da própria cultura, deixam suas famílias e vão para outras cidades em busca de um "futuro", sendo que a maioria deles acabam se sentindo frustrados e fracassados por não alcançarem o que almejavam devido à competitividade do mercado de trabalho.
Apesar de estarmos inseridos em uma sociedade consumista e competitiva, a educação ainda continua impactando diretamente nossas crenças e culturas também. Como professores, precisamos ter a consciência de que temos o papel de fazer algo para minimizar nos alunos essa ideia de fracasso e frustração por não conseguirem atingir os resultados esperados. É importante discutir com os alunos, os conscientizando sobre os interesses econômicos e culturais que permeiam a educação, além de perceber o sistema em que estão inseridos para que possam questionar os conceitos de sucesso dentro desse sistema, e então rever suas próprias perspectivas e expectativas de vida.
Maria Luziene Cruz de Santana – Bolsista
ResponderExcluirA partir do filme/documentário percebe-se que existem vários questões de grande complexidade a respeito da educação mundial, pois tratam de aspectos socioculturais e econômicos nos quais geram divergências de opiniões e de ideologias em torno da seguinte pergunta: Qual seria o modelo ideal de educação?. Tratando-se de educação cada indivíduo; instituição e/ou órgão público e privado terá o seu modelo "Ideal" para por em prática.
A problemática seguinte é “o meu modelo de educação é concerteza o melhor"; a partir daí, surgem os problemas pertinestes em nossa sociedade, pois acarretam na imposição de ideologias, visto que, muitos responsáveis pelo processo educacional, acabam tratando todos os aspectos socioculturais e econômico do outro “inferiores, desprezíveis, irrelevantes ”; como podemos perceber em muitas cenas do filme, no qual muitos personagens sofreram duramente pela repressão de sua identidade sociocultural e muitos jovens cresceram desconhecendo a sua própria origem, pois não eram retatados tanto no âmbito escolar quanto no seio familiar, com o devido valor e respeito como a que estava sendo imposta.
Além disso tratam a educação como um mercado de consumidores, para formar trabalhadores de áreas específicas, em que muitas vezes ocupam uma área inferior da qual estariam aptos a se formar, com salários ainda menores, apenas para gerar lucros à empresas que se importa apenas com números e quantidade e não com qualidade e respeito às diferenças. Mas o problema é ainda maior porque infelismente muitos desses “modelos ideias” persistem fortemente em todo o mundo e as consequências são devastadores e desumanas.
Portanto nós enquanto pibidianos, que temos a oportunidade de conhecer várias realidades da nossa educação, que vem discutindo a respeito de diversos aspectos socioculturais e econômicos presentes em todo o mundo por meio de relatos, filmes, artigos acadêmicos, reportagens e acompanhar tudo isso em sala de aula enquanto alunos e futuros professores, devemos ter empatia e buscar melhorias para a nossa educação buscando chegar a disposição de todos, com materias e condições básicas necessárias, e com formação de excelente qualidade, visando respeitar as diferenças e valorizar o outro para construir uma sociedade justa e igualitária, a começar pela cobrança incessante dos nossos direitos.
Bolsista: Letícia Conceição Santos Ramos Alves
ResponderExcluirNo filme é mostrada como a questão cultural daquele povo está sendo perdida à medida que o capital está acima da busca espiritual, a qual anteriormente era considerada primordial. Logo, a cultura urbana de consumo é evidenciada ao longo do filme como prejudicial para os velhos costumes. Vale a pena ressaltar que o filme inicialmente nos mostra que a inserção na escola era obrigatória e que os valores cristãos eram difundidos em meio a educação, isso me fez refletir a respeito sobre a importância da laicidade, pois a escola pelo o que foi apresentado, não respeitava a doutrina religiosa dos moradores.
Olhando para perspectiva do cenário brasileiro temos o exemplo do momento em que os portugueses vieram para o Brasil, eles trouxeram com eles sua cultura e língua, e através da catequização expandiram seus costumes e fala para os nativos, os índios. A partir desse momento ocorre a descentralização dos índios com suas culturas já definidas e começa o processo de colonização, onde a cultura do colonizador (o português) se sobrepõe ao do colonizado (o índio).
Analisando o filme em questão consigo relacioná-lo com os textos vistos na disciplina de Temas de Cultura e Civilização Anglo-Americana, onde em um dos textos de Bonny Norton há questões sobre a língua, como por exemplo a dúvida sobre se os professores, como disseminadores da língua, estariam servindo inconscientemente a interesses corporativos multinacionais como missionários, é uma delas. Assim, estariam contribuindo para o esquecimento dos recursos culturais e linguísticos das pessoas, possibilitando a carnificina das culturas e economias locais, uma questão levantada por MacPherson e outros educadores, preocupados com o imperialismo ocidental em diferentes partes do mundo. Através do filme penso que como futuro professores devemos pensar sobre a relação do ensino da língua inglesa e da cultura e como iremos fazer a relação e a ponte desses temas para os alunos.
Nos dias atuais, a educação é mais fundamental que qualquer coisa. Isso que o filme quis tratar, é que com a educação, podemos ir verdadeiramente longe, mesmo que não haja um modelo de aprendizagem dito de "sucesso e eficaz".
ResponderExcluirO que não concordo com o filme, é que para poder estudar e conseguir ir longe, seja necessário desistir da familia e principalmente da cultura, porque, quando o cidadão perde sua cultura e seus valores, podemos dizer que essa pessoa passa a ser quase como um estrangeiro ( risos).
Mas ao mesmo tempo, não julgo as famílias que acharam que esse seria o único caminho para se sair da pobreza. Por isso mesmo, porque também estão desesperados para sair da mesma. Como prova disso, posso dizer que vivi isso, porque minha mãe nunca quis que eu fizesse nada ( tarefa de casa, ajudar na lavoura de abacaxis e etc.) A única coisa que me era exigida era a total dedicação nos estudos. Quando estava assistindo ao filme/documentário lembrei disso, porque querendo ou não, meus pais queriam que eu estudasse para "sair da pobreza".
Portanto, concordo que a educação sempre foi e sempre será indispensável a todos, mas não concordo, com a idéia de ter que abrir mão de tudo e todos para conseguí- lá
Ao iniciar o documentário, muitos aspectos chamaram a minha atenção, a relação estabelecida entre uma sociedade de corpos dóceis na qual o sistema nunca é questionado, somos apenas engrenagens com funções pré-estabelecidas, bem como vários questionamentos sobre cultura e linguagem, um dos pontos chaves foi o “educar o corpo através da mente”, ou seja inculcar certos padrões de vida na cabeça das novas gerações, fazendo com que certas culturas sejam rotuladas de inferiores e a adoração aos padrões de vida do ocidente, que de certo não se encaixam com culturas orientais.
ResponderExcluirA questão do apagamento de certas culturas através de um modelo de ensino no qual o conhecimento cultural é desconsiderado, utilizando assim um único currículo, atribuindo assim que todos são iguais, usando o uniforme, as pessoas são vistas como uma massa homogênea e é onde mora o perigo, pois se todos são tratados como iguais, as diferenças são escondidas, inclusive as diferenças culturais.
A questão da língua envolve muitas possibilidades de leitura, é difícil perceber que as novas gerações não entendem das próprias tradições de sua comunidade, ou até mesmo que não entendem muito bem como falar a própria língua, pois esse fator também entra na questão da homogeneização, uma língua pode ser uma fonte de se sentir pertencente à outra cultura, o que fica claro no documentário é que as pessoas passam a não se identificarem com o lugar no qual nasceram, mas também não se identificam totalmente com a cultura do outro, se tornando assim “in between”, desse modo, pessoas mais vulneráveis à lógica do mercado, mais iludidos pela falsa impressão de liberdade e se submetendo cada vez mais às adaptações que as selvas de pedra exigem.
O documentário me fez refletir muito sobre cultura, ensino de línguas e qual o papel que temos na sociedade, se estamos pensando por nós mesmos ou vivendo sem perceber que somos apenas manipuláveis em uma adaptação constante ao mercado “o melhor e mais apto sobrevive”, vamos treinar nossos corpos e mentes para servir como uma perfeita parte da engrenagem do sistema.
Para mim, outro questionamento muito importante, que não aparece explicitamente foi sobre as profissões, pois muitas pessoas têm talentos diversificados, mas são ensinados que determinadas profissões possibilitam uma renda maior (mais uma vez a lógica do mercado), dessa forma percebemos profissionais frustrados, ou até mesmo uma saturação de mercado.
Um adendo, não posso deixar de mencionar que a música no final foi um resumo muito bom da repetição de um sistema educacional que faz com que todos sejam vistos como iguais e colocados em “pequenas caixas”, repetimos uma lógica educacional que nem sabemos se continua a funcionar no século XXI. O que fazer quando pessoas diferentes, de culturas diferentes são submetidas ao mesmo currículo? Funciona?
ExcluirBolsista: Sofia Helena Bispo Santana
ResponderExcluirAcredito que o filme não se trata de uma obra feita para falar mal da educação ou da escola, mas sim para refletirmos as decisões políticas que aconteceram e acontecem para que a gente aprenda aquilo que aprendemos, assim como o reflexo e impacto disso na sociedade e a que custo isso acontece. Esse processo de reflexão ressalta a importância de pensarmos que toda decisão feita envolvendo o processo de “civilização” de outro país se trata de decisões políticas que irão favorecer um lado da moeda, até mesmo quando se trata da educação, assim como aconteceu com os Jesuítas no Brasil. A educação, então, quando inserida em um local também gera consequências, inclusive o apagamento de uma cultura, e nesse caso a inserção da cultura ocidental posta como modelo a se seguir. O filme também trouxe a relação de poder ligada ao detrimento de conhecimento com relação ao outro, e a ideia de dever que o ocidente tem de “socializar” o mundo, como um bem para a humanidade. Esse tipo de noção faz com que seja criado ao redor do mundo uma doutrinação de uma forma de saber, e algo que o filme trás a tona é a consequência de valorizar apenas uma forma de conhecimento, criando assim uma monocultura humana, em que a diversidade cultural acaba por se esvair em meio a uma indústria monopolizadora, que dissemina apenas a versão de uma realidade cultural. É esclarecedor quando, no filme, podemos perceber a importância da criticidade ligada à educação no momento em que é falado sobre a diversidade cultural e a produção de diferentes formas de conhecimento ligado diretamente ao fato de sermos seres humanos diferentes devido ao nosso contexto social e cultural, e por isso temos diferentes conexões com o mundo. Esse tipo de diversidade não é inferior ao outro, mas tão importante quanto, sendo necessária a valorização desse tipo de conhecimento e a humildade de saber que podemos aprender com o outro. Perceber isso é produto de um exercício de criticidade de negar a verdade absoluta posta pelo ocidente, para não educarmos alunos com conhecimentos parciais.
A mensagem que o filme deixou para mim é a de que a educação pode ser uma forma de dominação de um povo, ocasionando o apagamento de uma cultura e da supressão da diversidade. Como consequência do “fardo do homem branco” podemos ver uma sociedade com jovens frustrados por não alcançar o sonho ocidental de uma vida perfeita alcançada por meio da educação, de um sistema que não funciona se você não tiver determinado privilégio, fazer parte de determinada classe para ter determinados acessos. Esse tipo de educação não é a educação libertadora posta por Freire que valoriza a existência de diversas culturas, mas uma educação parcial e unidimensional, que coloca o homem branco como salvador que vem munido de boas intenções, sem entender que a independência de um povo vem com a valorização do produto local, do conhecimento que é produzido por determinada cultura, para que o sentimento de inferioridade não surja mas o de capacidade de mudar sua própria realidade se assim for necessário.
O que é retratado no filme é o oposto do que - acredito - ser o objetivo de nosso projeto, pois temos lido e conversado desde o início sobre maneiras de tornar a educação cada vez mais um fator humanizante e empodeirador, a ponto de capacitar nossos estudantes na busca da própria verdade e não como seres ocos afim de serem preenchidos por uma educação doutrinadora. Percebemos também que esse modelo de educação mostrada no filme é focada em formar consumidores através de instituições de ensino que têm como objetivo manter esse ciclo vicioso. Como resultado tem-se uma população que visa o dinheiro, produtos, status e etc enquanto esquecem o mais importante que é a manutenção e o fortalecimento de seus costumes e valores. Argumento que é reforçado através das palavras de uma jovem entrevistada no filme que diz "Nós só estamos atrás de dinheiro." (42min23s), ela diz essa frase sorrindo e tão breve quanto a sentença que acaba de proferir é o sorriso da mesma, pois assim que finda sua frase também se esvai a aparente felicidade que é advinda de bens materiais e assim sua face no segundo seguinte se transforma em uma expressão reflexiva e confusa. O que mais podíamos esperar de uma educação que segue esses moldes, não? O que mais esperar de uma educação que priva os estudantes de suas tradições? O resultado e as respostas podem ser vistas também no filme.
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ResponderExcluirBolsista:Reyles Lima
ResponderExcluir"Schooling The World" ( Escolarizando o mundo), me impactou mais negativamente do que positivamente, pois todos devemos ter direito a educação, e como foi abordado ao longo do filme, a escolarização foi uma imposição em massa da supremacia branca europeia em detrimento de outras culturas, difundida pela mídia a ponto de exterminar uma sociedade e todas suas origens, tornando-os indivíduos sem identidade ou sem referência, e tendo que adaptar-se a outra cultura. Fazendo uma analogia com a a disciplina de Sociologia, isso é chamado de ETNOCENTRISMO, quando uma cultura detém o poder acha-se superior aos demais, e os oprimem ou eliminam! E isso me fez questionar, qual o direito dos detentores do poder têm para obrigar uma outra cultura os seguí-los? No contexto, percebe-se que o objetivo era a expansão territorial e econômica da língua inglesa!
Segundo, o modelo como a educação é perpetuada demonstram como as pessoas estão sendo levadas a crerem em um futuro promissor através dessa cultura de conhecimento, mas essa "escolarização" a qual conhecemos hoje, transformara-nos em máquinas para manter esse sistema desumano no poder!
Quero, ressaltar que o filme foi baseado em contar-nos sobre a educação ocidental em uma região da Índia, mas aqui no Brasil vivenciamos esse modelo também, e como pibidianos deveremos atentar-nos para modificar as nossas condutas quanto ao ensino de Língua Inglesa, e logo sermos críticos e atuantes em defesa dos menos favorecidos!